Bom Dia!!!!

Voltando com a carga total.

Tartaruga Marinha

Uma das tartarugas marinhas em Maui. Foto – Sandra Mara

Ando cheia de projetos pessoais e profissionais  e minha vontade é de poder esticar os dias  e fazê-los ter 48 horas ao invés de 24.

Acabo de encontrar um novo roteiro para mergulho em Maui, fora da rota turística e mal posso esperar para experimentá-los. Tentarei postar algo cada vez que voltar de um mergulho.

Era só isso que queria dizer, por enquanto…

Boa Semana a todos.

Sandra Mara

New York, New York…

Ainda lembro a primeira vez que meus olhos se encantaram com Nova York. Não a Nova York do Glamour, das celebridades, dos acontecimentos, das pessoas cheias de atitude, mas Nova York dos amigos, das alegrias, do imprevisível, do momentâneo, dos sabores e dos mistérios.

Não sabia se começava esse post pela primeira ou pela última vez em que estive por lá. Infelizmente minhas últimas viagens à NY têm sido marcadas por despedidas. Sempre que alguém decidia partir, a última viagem tinha que ser pra lá, talvez por isso, para mim, NY hoje tem cheiro de saudade.

Times Square

Times Square

 Caminhar na Times Square, a qualquer hora do dia ou da noite, é sempre um show à parte. Sim, tem empurra-empurra, tem gente disputando cada centímetro para tirar a foto do mesmo visual que vc tb elegeu para fotografar, tem camelôs, tem lojas…muuuuuuitas lojas vendendo tudo com o nome da cidade. Tem gente pop, tem gente brega, tem gente pirada, tem gente curiosa, tem gente que não tá nem aí, tem gente que vem, tem gente que vai…tem gente que quer ficar, tem gente que não quer mais voltar…tem gente…muita gente.

Times Square - NYC

Times Square – NYC

Nasdq - Times Square - NYC

Nasdq – Times Square – NYC

 Eu, confesso que não me importo com essa loucura urbana. Até gosto, para ser bem franca. O que eu não gosto é do apelo consumista, mas convenhamos…estamos em Nova York. E naquele pedacinho de Manhattan é isso mesmo que veremos.

Numa das minhas últimas idas à NY, ficamos num hotel na Avenida das Nações Unidas, Beekman Tower hotel. Embora, fosse confortável, ficava distante da Times Square e demais atrações turísticas, consideradas obrigatórias seja para os viajantes de primeira vez ou para os que estão se despedindo da cidade. Mas tudo bem, pegamos um desconto maravilhoso terminamos pagando tarifa de 2 estrelas por uma qualidade de cinco, num hotel considerado de três. Saímos no lucro do conforto e do bom atendimento, o que pra mim é fundamental. Do quarto, podíamos ver as cores da torre do Empire State Building, que naquele final de semana, homenageava a Polônia, trazendo as cores de sua Bandeira (vermelha e branca). Não sei se isso é de conhecimento geral da nação, mas de qualquer forma, vou registrar aqui. O sistema de cores utilizado na torre que ilumina o topo do Empire State acompanha um calendário específico, assim no Natal vc verás as cores verde e vermelha, na semana da independência americana, as cores branca, azul e vermelha, que representam as cores dos EUA e até na semana comemorativa da independência brasileira, poderemos ver as cores verde e amarela no topo do prédio.

Empire State visto do quarto do hotel

Acordando em NY…

Programa básico pela manhã… uma caminhada pelo Central Park, não antes de uma parada para um café da manhã, em um dos inúmeros cafés espalhados pela cidade.

Central Park - NYC

Central Park – NYC

É…e tem gente que continua dormindo, enquanto a cidade se agita para mais um dia. Cena muito comum nas primeiras horas da manhã no Central Park.

Central Park - NYC

Central Park – NYC

Só mais um pouquinho…

Central Park - NYC

Central Park – NYC

A natureza sempre me dá paz…

Miss Polônia na 5 AVE - NYC

Miss Polônia na 5 AVE – NYC

Era a primeira semana de outubro e a comunidade polonesa se encontrava na 5 Ave. Acima, podemos ver a Miss Polônia desfilando em carro aberto. Ainda não sei o que comemoravam naquele dia.

Arte na 5 AVE - NYC

Arte na 5 AVE – NYC

Tudo o que sei é que nossos olhos foram presenteados por um espetáculo de dança de salão ao vivo, em plena 5 Ave, durante aquele início de outono em NY. Nada a reclamar.

Mais uma vez…seguimos rumo ao Empire State…como sempre, lotado.

Interior do Empire State Building

Interior do Empire State Building

Eu sei, parece programa de indío, mas minha amiga estava se despedindo da cidade…então, vamos dá um desconto. Ah, todo mundo sabe que os ingressos para o terraço nos levam até o 86th andar, mas agora podemos fazer um upgrade para subir até o andar 102. Mas o que tem o andar 102 de tão especial? NADA! Absolutamente nada. A gente sobe um pouco mais, fica enclausurado numa espécie de cúpula minúscula e com a visão limitada por uma janelinha tão grande quanto a escotilha de um navio e só. Sentiu o drama? Na minha opinião, uma verdadeira roubada. Há quem discorde, mas eu não pagaria para fazer esse upgrade novamente.

Continuo com minha vista do andar 86 e não troco por nada…

NY vista do Empire State

NY vista do Empire State

 A galera disputando espaço para ver NY do ponto mais alto da cidade.

No topo do Empire State

No topo do Empire State

 Nosso hotel ficava de frente para o prédio da ONU, aonde também há o museu da ONU. Claro que resolvemos dar o ar da graça por lá também.

Na sede da ONU

Na sede da ONU

Monumento pela Paz - ONU - NYC

Monumento pela Paz – ONU – NYC

As obras de arte são de perder o fôlego. Abaixo um dos mosaicos de vidro representando as crianças de todo o mundo.

Mosaico de cristal- sede da ONU - NYC

Mosaico de cristal- sede da ONU – NYC

 E é claro, uma vez em NY, vale à pena dá uma passadinha no Madame Tussaud’s, o museu de cera. E para quem não quer perder as atrações e passeios que podem ser feitos durante o dia, vá ao Museu à noite e compre sua entrada por volta de 8 horas da noite e receberá um generoso desconto. Essa dica vale principalmente para visitantes de segunda vez ou para quem sabe que não passará tanto tempo vendo os detalhes lá dentro. Você terá a oportunidade de ver de tudo um pouco, por um precinho camarada e ainda poder curtir a noite de NY. Vai por mim… vale a pena.

Museum de Cera de NY

Museu de Cera de NY

Para entender o Havaí

 

 

havaiana

havaiana

Para entender o Havaí, tem que sentir, se permitir abrir os braços e se deixar ser beijado suavemente pela brisa do mar. Tem que perder o receio, o medo ou pelo menos perder o medo de se perder na magia do lugar. Para entender o Havaí, é preciso sentir, é preciso querer, é preciso viver o havaí. Não falo de viver no lugar, mas de viver a atmosfera, respirar a alegria e sorrir, sorrir para cada olhar que cruzar o seu, porque é isso mesmo que vc vai encontrar na rua. Olhares que ao se encontrarem, sorriem e esperam ser correspondido. É preciso se despir daquela arrogância travestida de urbanidade e se vestir de harmonia e de paz interior, agradecendo a magnitude do banquete de beleza que a mãe natureza preparou e ofertou aos nosso olhos, materializado na simplicidade e na pureza do lugar. Entender que o que há de mais belo é exatamente o que há de mais simples. E, acima de tudo, entender que é na simplicidade que mora a maravilha da criação.

 

Andando pelo Hawaii,  você vai ver…

 

Turistas.

Muitos turistas, vindos de todos os cantos do mundo. Falando todos os idiomas. Irá reconhecê-los de imediato, primeiro pelas câmeras fotográficas, segundo pelo bronzeado apimentado de quem estava há muito desejando sentir o sol no corpo. Ah, e não pode faltar o figurino. Camisa florida de todas as cores para os homens e aqueles vestidinhos também floridos para as mulheres. Todos querem entrar no clima em grande estilo. Mas, principalmente, vai perceber o encanto no olhar de cada passante, um olhar de fascínio, de nostalgia, de felicidade.

 

Surfistas.

Muitos surfistas, sempre esperando a onda perfeita. E vai entender porque os serviços de metereologia, além da previsão do tempo ( temperatura), mostra também a previsão das ondas ( tamanho e intensidade) e do vento.

 

Hippies

Aquela galera que não desistiu do sonho. Que ainda acredita na sociedade alternativa, e que nem se lembra do amanhã.

 

Gente feliz!!!

Muitos rostos felizes. Aqueles que acabaram de se libertar das prisões do dia-a-dia e se permitiram sonhar no paraíso.

Aos poucos irei trazendo curiosidades a respeito da cultura local e da história desse lugar, que em si, já inspira magia e sedução. Esses dois meses de adaptação têm sido fundamentais na definição de novos rumos na minha vida. Conhecer e compreender historicamente uma nova cultura e seu povo nos abre a mente e nos faz perceber que o mundo é muito mais que uma composição geográfica.

Aloha!!!

P’ra Começar…

 

 

 

 

 “…quem vai colar os tais caquinhos, do velho mundo…quem vai?” (Marina Lima)

 

 A última vez que contei meus perfumes… eles formavam uma linda, feliz e cheirosa  comunidade de 42 frascos que habitavam os espaços outrora vazios do meu armário. Isso sem contar os sem teto, pretendentes a acupantes das futuras vagas disponíveis assim que um dos habitantes mais velhos se esvaziasse. Falo daquelas miniaturas, dos protótipos que as vendendoras nos dão como estratégia da arte de vender aquilo que ainda nem chegou no mercado, mais que já vem batizado de sucesso garantido. Acho que se meu armário fosse hotel, seria considerado de alta rotatividade, dado as constantes mudanças na sua população. Pois bem, uma amiga, horrorizada com meu exgero, disse assim, na lata…sem pena e sem dó…que eu era uma mulher totalmente volúvel e sem personalidade. Que cheiro é que nem casamento…a gente tem que ser fiel até o fim dos dias… e que uma mulher deve ser lembrada pelo cheiro…que o cheiro traz lembranças de momentos que ficarão eternizados em nossos corações…essas coisas. Quase, mas quase que ela conseguiu me fazer sentir uma pontinha assim, bem pequenininha de culpa pela tal infidelidade. Mas a coisa não funcionou…continuo volúvel às paixões e sempre cheirosa. Cè la Vie!!! Ela se foi e eu fiquei sozinha com uns caquinhos de pensamentos espalhados pelo ar. Seguindo as conclusões de algum filósofo importante, que não me lembro agora quem era, mas que fez questão de dedicar sua vida à importante tarefa de provar que quem inventou o trabalho era um desocupado e cansado  daquela vida chata de liberdade absoluta, resolveu disseminar a idéia entre os outros felizes desocupados…e pronto…o estrago foi feito. Agora pergunta se ele viveu tempo suficiente pra ver o que aconteceu depois!!!! Ok!!! E assim como o trabalho nascera do ócio, meus pensamentos nasceram do espaço por ele deixado. Esse blog portanto, nasceu assim… do nada. Não do nada de não fazer nada, que isso fique bem claro. Tá pensando o quê? trabalho e muito. O que quero dizer, é que ele nasceu do nada deixado pelo vazio real, pela mente super populada de incertezas, mas igualmente super populada de esperanças. Pensando nisso, resolvi fazer renascer das cinzas todos os meus antigos projetos de sonhos ou sonhos projetados, sei lá… e reuní-los num mesmo lugar. Assim como todos os meus amores e paixões: música, poesia, um bom dedo de prosa, um bom café, uma boa leitura, uma boa dica, uma boa viagem… lindas imagens, boas lembranças dos momentos vividos…enfim, uma boa vida!!! Aí pensei… mas não é que cabe tudinho aqui!!! Vou chamar a galera!!!

 

“… sonho meu…vai buscar quem mora longe…sonho meu…”

 

 E não é que veio todo mundo. Sonhos adormecidos, esperanças renovadas, alegria descompassada, expectativas… tá todo mundo aqui. Também vieram todas aquelas personalidades que fazem de cada um de nós um ser, único, singular e universal. A amante das artes, dos cheiros, dos lugares… Talvez essa minha vulnerabilidade ao efêmero, ao inusitado, ao prazer imediato, à alegria, ao sonho… faça de mim esse ser incapaz de amar pedaços… Meu amor segue uma dieta “engordiet”. Talvez por isso mesmo, não consigo ficar quieta num pedaço de chão. Quero voar sempre. Quero experimentar dos pedaços, dos gostos e dos cheiros do mundo e da vida que gira ao seu redor. Não. Não consigo andar de mãos dadas com a costa brasileira, sem dar uma picadinha, assim de rabo de olho, para o charme da Nova Inglaterra, ou fazer um charminho para o oceano pacífico. Minha querida amiga tem toda razão. Sou definitivamente uma mulher sem personalidade. Infiel, volúvel e movida à paixões. Sou adoravelmente infiel e dou asas a todas as mulheres, meninas e moças que me habitam para que se permitam serem seduzidas pela beleza e magia desse mundo.

 

“(…) voa coração… E não esqueça de trazer força e magia…o sonho, a fantasia… e alegria de viver (…)”

 

Alguém aceita um cafezinho? Sinta-se à vontade e embarque nessa viagem junto comigo.

 

Chegando…

Chegando…

Maui - Hawaii

Estou experimentando uma nova forma de salvar meus momentos.

Morando na Ilha de Maui – Hawaii, ainda estou em fase de deslumbramento. Posso dizer que esse lugar tornou-se o marco de uma nova fase na minha vida. Quero, aqui registrar cada momento vivido para que o tempo nao os apague e para eu lembre sempre que a vida deve ser vivida em sua plenitude.

 

Boston’s Four Seasons

 

Boston - by Sandra Mara
Boston – by Sandra Mara

Penso que desde que aqui cheguei, houve uma interação mais que íntima entre nós. Amo meu Brasil, amo meu Ceará…amo Rio, Sampa, Recife, Natal… mas acho que, em tratando-se de amor, os sentimentos não são excludentes, muito pelo contrário, eles são cumulativos. Boston é por assim dizer… um tanto eclética, cosmopólita, como toda grande metrópole. Mas ela tem também uma magia especial, que me encanta e fascina…é uma cidade meio “mãe”. Digo isso por experiência própria. Boston tem uma atmosfera acadêmica no ar, além da Harvard, MIT, Boston University que são ícones quando se fala de grandes universidades, tem inúmeros outros centros de pesquisa, o que faz da cidade um campus a céu aberto. Tudo gira em torno dos visitandes que vêm de todas as partes do país e porque não dizer do mundo inteiro. Diante desse cenário, a população é flutuante, de acordo com a época do ano. Durante o período letivo, a população chega a triplicar…e assim, Boston vai adotando filhos e filhas do mundo. Pois é…eu sou uma dessas filhas que a cidade acolheu. Saudades de casa, sempre bate, mas também sei que quando eu voltar, uma parte muito importante de mim ficará aqui. Uma parte de mim que cresceu aqui, que aprendeu a sobreviver diante da indiferença de tantos outros e nem por isso deixou de crer que seria possível ser feliz. Uma parte de mim, que recuperou sonhos antigos, que renovou as forças, que decidiu crescer, olhar pra frente e continuar caminhando sempre na direção da luz. Hoje, são tantos cantos que me encantam… aí em cima há uma foto de um dia lindo de verão… um dia em que eu decidi caminhar…assim sozinha. Faço isso sempre. Saio e vou paquerar. Paquerar a cidade, a natureza, as artes… Adoro fazer caminhada alí ao lado do Charles River…de um lado o concreto da expressway e do lado de lá…a paz da natureza. Um parque no coração da cidade. Um coração que pulsa e vibra e que nos recebe a todos de braços abertos. Assim como na vida real. Nossa vida apresenta as mesmas contradições. Sempre fugimos para a nossa floresta encantada quando a selva do individualismo torna-se cada vez mais insuportável.

E os Cafés?

starbucks
starbucks

Ah, starbucks sempre será o meu refúgio, o meu e de tantos outros. A música, o ambiente, o jazz, o blues e acreditem ou não…a Bossa. Isso mesmo, é lá que reencontro Tom, Vinícius, João Gilberto, Elis e tantos outros imortais da nossa bossa. Se no verão, nos é possível sentar e saborear o café ao ar livre… no inverno, tem aquela lareira quentinha. Nada mais convidativo num daqueles dias em que a neve nos impede de ganhar as ruas. Um capuccino gostoso, um bom livro ou mesmo o computador, ou quem sabe… até ficar só a tôa…assim, de bobeira com estou agora. É, definitivamente, esse é o lugar que guarda e acalma todas as minhas ansiedades… esse sempre será o meu cantinho. Ainda que eu tentasse explicar, não conseguiria dar vida e imagem ao sentimento. Tem um não sei quê de cumplicidade…de proteção, de sossego… de aconchego. É assim… não há definição…só emoção.

 

Outono em Boston
Outono em Boston

Agora, neste exato momento a mãe natureza está agindo lá fora. Está pintanto o sete. As árvores vão ficando multicoloridas, tudo vai ficando encantado para receber o inverno. E os ventos outonais vão soprando carinhosamente as folhas, dando vida ao ballet de outono. Elas vão voar longe e o tatame de ouro dará lugar ao tapete branco do inverno bostoniano. Vai faltar calor…vai sobrar frio… vai doer o corpo… e a alma também. Mas aqui no coração, ainda rola um blues.

Sandra Mara

Inverno em Boston-Foto: Sandra Mara

Já sei que me renderei aos encantos de Clapton, já sei que vou chorar,  que terei ataque de saudade, de carência, de solidão…já sei que vou voltar a crer que papai noel existe, mas que perdeu meu endereço…já sei que vou ter que comer pizza congelada em dia de tempestade… já sei que vou rezar todos os dias pedindo Deus que faça o inverno passar rápido… já sei… e sei porque é sempre assim…e no fim…vou querer correr e me esconder nas motanhas, vou patinar… e ainda vou reclamar que não deu tempo curtir todas as atividades de inverno…que deveria ter aproveitado mais, que o inverno anterior fora pior…que esse nem estava tão ruim assim…eu é que reclamo demais e fico arrumando desculpas para não sair… já sei que vou correr para fotografar o primeiro dia de neve, quando tudo ainda está limpinho… quanto as cidade fica com ares de lugar encantado e eu não vou querer perder nem um clic… já sei…e como eu sei! Ah! Como se eu não me conhecesse!

Primavera em Boston

Primavera em Boston

E…por fim, como num passe de mágica, a transformação acontecerá. É a primavera saudando o amor. Acho que agora entendo porque ela é chamada a estação do amor. Passamos o inverno inteiro brigando com os próprios sentimentos e, de repente, não mais que de repente… sentimos a emoção de assistir a mágica do renascimento. Os sentimentos se renovam, uma estranha sensação de gratidão e respeito a cada novo dia que chega, toma conta de cada um de nós. E tudo renasce com mais força, completando assim o ciclo da vida.

E aqui, a gente vai ficando…no inverno ou no verão…Boston, de alguma forma encontra um jeitinho de nos abraçar e nos guardar bem dentro do seu coração…. Agora…lá fora, os ventos sopram…as árvores estão de roupa nova… o capuccino me esquenta o corpo, o blues de Clapton me aquece alma…e eu daqui…assisto tudo à meia luz, aguardando ansiosamente por mais um dia. Por enquanto, resta-me a alegria de saber que mais um dia foi vivido e que eu tenho a felicidade de poder agradecer sempre.

Muito obrigada vida minha… muito obrigada Pai Nosso… muito obrigada…por esse e por todos os dias que ainda virão.

Boston, Outono de 2006

Ao som de Eric Clapton… ao sabor de um Caramel Macchiato…

…à meia luz do Starbucks na Davis Square, Sommerville – MA – 09:30 pm

Grand Finale!

image_ballet

By Sandra Mara

A sapatilha velha, rasgada e com a ponta de gesso já gasta denuncia os muitos passos ainda restantes. Um palco sem platéia convida-me sedutoramente para continuar o espetáculo que por diversas vezes, fora interrompido pelo medo do desafio ou pela pressa de ir embora.

Mas o show não pode parar! Dançar é preciso. Reconheço não ter mais o mesmo equilíbrio na ponta dos dedos, mas aprendi a pisar firme no chão, com os dois pés, enquanto libero minha alma para um vôo livre, rumo ao sonho que estava guardado nas lembranças. Para começar, uma valsa. Meu corpo flutua leve, meu coração bate sereno. Fecho os olhos e me deixo levar e encantar ao som das quatro estações. Vivaldi estava lá, vivo e intenso. A vida me intima à aperfeiçoar as piruetas, que sempre foram o meu grande desafio, querendo sempre o equilíbrio em velocidade máxima. Aprendi a não acelerar tanto, a fixar um ponto, a definir um objetivo, o que tecnicamente me fará girar e voltar ao ponto de origem mostrando-me que viver é um eterno recomeço, que cada ato é um espetáculo que dispensa ensáios, mas que requer determinação e coragem para seguir adiante.

Cansei do silêncio, quero barulho! Troco a delicada sapatilha cor-de-rosa pelas placas de ferro da sapatilha preta e começo a sapatear um jazz. Imagino que estou pisando em meus erros, assegurando-me de que não os cometerei novamente e que serei mais cautelosa e menos displicente. E danço, como há muito não o fazia e acompanhada de Sinatra, celebro a vida em suas múltiplas dimensões. Ah! E se caísse aquela chuva, faria um “dueto” com Gene Kelly e juntos e cantaríamos e dançaríamos sob as lágrimas caídas das nuvens, que nada mais seriam que um banho na alma, pelas dores outrora sentidas, e que hoje seriam a inspiração para a liberação das emoções, como num ato de rebeldia e de recusa ao sofrer.

E do flashback dos meus erros, ficaram as lembranças das dores e a certeza de que era preciso olhar em frente e seguir sem sair do salto. À meia luz, o salto convida ao tango e numa ode à saudade, ele me chama para o centro, me segura firme e conduz meu corpo por caminhos antes inacessíveis. É chegada a hora de dividir o palco. Me entrego à lírica da vida, fecho os olhos, danço ao som de Gardel ouvindo sua melodia chorosa … e me deixo levar no perfeito sincronismo de música, dança e poesia.

E me liberto do salto, como quem salta para para vida, com os pés livres para pisar na areia sem receio de nada. Piso firme, na certeza de que conheço bem o terreno e vou seguindo em frente, com os pés calejados à espera do “grand finale” que nada mais é que o recomeço do meu viver.

Abrem-se as cortinas… acendem-se as luzes.

E viva a vida… porque o show tem que continuar!

Nem toda nudez será castigada

E de alma nua, pura e límpida, ela se revelou ao mundo.Quebrando as correntes que a aprisionaram às dores de um passado que insistia em se fazer presente. Libertando-se dos nós, deixou que as feridas fossem cuidadas por mãos de amor; que as dores fossem saindo de si, assim devagarinho e sem perspectiva de retorno. E, de alma desnuda, ela enfrentou a nova estrada, seguindo o caminho que a levaria ao encontro do sonho. Os olhos, tantas vezes afogados nas próprias lágrimas, foram se abrindo para receber o brilho da luz. E ela se permitiu usar as lentes da esperança e pela primeira vez vislumbrou um futuro sem dor, sem medo, sem armadilhas. Liberta da couraça da falsa coragem, ela se deixou banhar pelas gotas da chuva de amor que se derramava sobre sua alma e a envolvia num manto de proteção e ternura. E naquele instante, ela decidiu reescrever sua estória, com passagens que falassem de Amor, que tocassem corações, que abrandassem dores, que ensinassem a amar, para que não mais se ouvisse falar de perdas, danos, e prantos. Apenas encantos.

E foi assim, com a alma despida de medos, dores e lágrimas, que ela finalmente entendeu que nem toda nudez será castigada.

By Sandra Mara

 

Nunca Saberás

Olha aí mais uma estrela do Recanto das Letras. Najah DL. Ela tem algo místico, algo que fascina, algo que seduz nas letras e nas emoções. Já publiquei o Conto da Bruxinha aqui no início, mas faltavam os versos, faltava apresentar a vocês o mesmo arrepio que sinto quando leio suas poesias. Se ela me permitir, trago mais para vocês! Por enquanto vale a pena curtir mais um pouquinho do trabalho da Najah lá no Recanto. Beijos.

A poesia da Luli!

Ah! Que delícia é a poesia da Luli!
Seus versos são feito brisa, que chegam ao coração da gente, assim como quem faz um carinho, um chamego, um denguinho. Adoro te ler e sentir a emoção que vem de ti.
Beijos poetisa dos sonhos.

Chegaste
Chegaste como um pássaro!
Que invadindo meu quarto
Voou em meus sonhos, mostrou teus encantos,
E todo o teu canto, entoou como fados.
Chegaste como a brisa!
Que penteia os cabelos
Acaricia o meu corpo, deixando-o quase louco,
Arrepiando meus pêlos, e os segredos, poder vê-los.
Chegaste com o sutil poder!
De modificar meu ser, encantar-me e me ter;
E sem que eu possa perceber,
Ser somente tua, sem nunca te ter.30/08/05
LuliCoutinho
Publicado no Recanto das Letras em 30/08/2005